Livros acadêmicos

Ilan Pappé

A guerra de 1948 em Israel / Palestina é designada em Israel como «Guerra da Independência», amiúde acompanhada da glorificação dos soldados e dos oficiais judeus que nela tomaram parte, com a ocultação dos seus crimes e difamação das vítimas. Já os palestinos designam-na de Nakba, «catástrofe», o que dá conta dos devastadores efeitos que produziu na sociedade palestina, não elucidando porém quanto à natureza dos acontecimentos ocorridos.

Com base na aturada investigação das fontes – arquivos documentais que no final da década de 1990 passam a estar acessíveis, ficheiros secretos, testemunhos orais, entre outros – nesta obra incisiva, Ilan Pappe propõe que a expulsão de aprox. 1 milhão de pessoas, os massacres, a destruição e o despovoamento de aprox. 500 aldeias e bairros urbanos seja encarada como uma vasta e deliberada operação de «limpeza étnica». Traduzida em dezenas de línguas e países, A Limpeza Étnica da Palestina, é porventura uma das mais importantes obras sobre a história moderna de Israel / Palestina.

Editora Sundermann

1ª edição (2006)

Nur Masalha

A transferência populacional para colonização por povoamento na Palestina sempre esteve nos planos dos sionistas. É o que aponta o historiador Nur Masalha nesta obra fundamental para se compreenderem os acontecimentos que levaram à Nakba – catástrofe palestina com a criação do Estado de Israel mediante limpeza étnica planejada em 15 de maio de 1948. Mais do que isso, para se entender sua continuidade até os dias atuais, que tem como implicação a fragmentação completa da sociedade palestina, a qual abrange milhões sob ocupação e leis racistas, bem como milhões de refugiados à espera do retorno as suas terras e milhares na diáspora.

Editora Sundermann

1ª edição (17 setembro 2021)

Bruno Huberman

Colonização neoliberal de Jerusalém debruça-se sobre a contradição entre o avanço do desenvolvimento neoliberal e a continuidade de políticas coloniais de Israel em Jerusalém Oriental. Em oposição àqueles que entendem o entrelaçamento entre medidas coloniais e neoliberais como um paradoxo, este livro argumenta que o colonialismo neoliberal permite a Israel reproduzir a subjugação dos palestinos em Jerusalém Oriental como resultado “natural” das relações de mercado. Por um lado, infraestruturas coloniais são construídas como se fossem a mera adaptação da cidade à globalização neoliberal. Por outro lado, há a formação de um anticolonialismo neoliberal entre os palestinos que não consegue enfrentar verdadeiramente o avanço colonial de Israel.

EDUC – Editora da PUC-SP

1ª edição (1 janeiro 2023)

Fábio Bacila Sahd

A  pesquisa aqui apresentada fortalece um modelo interpretativo passível de uso para explicar diferentes experiências de negação dos direitos humanos na contemporaneidade, auxiliando em seu enfrentamento, a luz das ciências humanas e do direito internacional.


“Um sul-africano, que visitou a Palestina/Israel pela primeira vez, em 2007, lembra-se de ter caído no choro em um posto de controle: ‘Eu reconheci o apartheid, como se você reconhece o cheiro de uma rosa em um lugar, você reconhece em outro. Não conheço os fatos, os detalhes, mas isso é apartheid. Você já sentiu esse cheiro antes. Você já experimentou isso antes’ […] Nas palavras de um jornalista sul-africano […] ‘O nível de apartheid, racismo e brutalidade são piores do que no pior período de apartheid’”

Andy Clarno, “Neoliberal apartheid: Palestina/Israel and South Africa after 1994”. London: The University of Chicago Press, Ltd., 2017, p. 194

Editora Fi

1ª edição (2024)

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