Declaração Balfour
“Caro Lord Rothschild,
Tenho o grande prazer de endereçar a V. Sa., em nome do governo de Sua Majestade, a seguinte declaração de simpatia quanto às aspirações , declaração submetida ao gabinete e por ele aprovada:
`O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento, na Palestina, de um Lar Nacional para o Povo Judeu, e empregará todos os seus esforços no sentido de facilitar a realização desse objetivo, entendendo-se claramente que nada será feito que possa atentar contra os direitos civis e religiosos das coletividades não-judaicas existentes na Palestina, nem contra os direitos e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país.
´Desde já, declaro-me extremamente grato a V. Sa. pela gentileza de encaminhar esta declaração ao conhecimento da Federação Sionista.
Arthur James Balfour.”
Al Nakba, uma tragédia sem fim
Arlene Clemesha | A Terra é Redonda, 28 nov 2023
Nenhum povo quer ter que olhar para trás e reconhecer os horrores de sua própria história
O termo árabe “al nakba”, traduzido como “a catástrofe”, traz a conotação de uma miséria profunda e refere-se à expulsão de 750 mil palestinos do território onde foi criado o Estado de Israel em maio de 1948.
Mais recentemente, os estudos da área começaram a empregar o termo “Nakba contínua”, para referir-se ao fato de que o processo de expulsão, que teve seu auge em 1948, continua até os dias de hoje. Em 1967, outros 350 mil palestinos foram deslocados da Cisjordânia. Fora dos períodos de guerra, o deslocamento forçado ocorre por outros meios, seja através de leis e dispositivos discriminatórios, seja pela invasão e roubo de casas palestinas por colonos radicais – evento recorrente em Jerusalém oriental.
Palestina, 1948-2008: 60 Anos de Desenraizamento e Desapropriação
Arlene Clemesha | Tiraz – Revista de Estudos Árabes e das Culturas do Oriente Médio
O êxodo de aproximadamente 800.000 árabes da Palestina de 1947 a 1949 foi o principal fato constitutivo da sua história moderna, mas recebeu diferentes
versões ao longo dos últimos sessenta anos. Este estudo se concentra nas revelações mais recentes da historiografia, oriundas de pesquisas em história oral e
a abertura de arquivos israelenses. Analisa o problema da restituição da propriedade palestina confiscada pelo nascente Estado de Israel. Indica, finalmente, a
importância do reconhecimento da expulsão do povo palestino e a realização de seus direitos humanos, para qualquer processo interno de reconciliação. O texto
foi originalmente publicado em farsi por ocasião do Festival Internacional de Cinema Documentário do Irã, Cinema Harirat, que em sua edição de 2008 teve
como enfoque a reflexão sobre a história e a atualidade do povo palestino.
Do começo, ou do que acreditamos ser o começo, até a Nakba
Marino Mondek | Contra poder
Desde o começo do recrudescimento do genocídio palestino, perpetrado pelos sionistas, tenho escrito diversas notas sobre a questão. As notas variam muito de teor, tema, tamanho… Muitas delas não estão prontas para ser divulgadas, e tenho a pretensão de fazê-las, mas, como hoje é o dia da Nakba, resolvi tentar formar um texto a partir de algumas delas.