Notícias dos primeiros dias do ano novo
Salem Nasser | A Terra é Redonda, 05 jan 2024
Os principais fatos no Oriente Médio neste começo de 2024 e seus desdobramentos
Estou considerando produzir uma série de pílulas diárias – breves notas, escritas e gravadas em vídeo – a ser chamada de “Notícia de Ontem”. Cada dia eu escolheria uma única notícia ou fato relevante para registrar e comentar brevemente. Vejamos se consigo manter a disciplina.
Já estamos no quarto dia do novo ano e, portanto, já estou devendo três notícias – o que é compreensível, considerando os feriados e o descanso. Recuperemos o tempo perdido.
Muito longe da realidade
Arlene Clemesha | A Terra é Redonda, 20 dez 2023
Resposta a Demétrio Magnoli e Leonardo Avritzer
Em resposta ao meu artigo “Al Nakba, uma tragédia sem fim”, postado no site A Terra é Redonda e anteriormente publicado no jornal Folha de S. Paulo com o título “Historiadores veem expulsão de palestinos em 1948”, Demétrio Magnoli volta a lançar acusações, mas procede pela via nada sofisticada da fabricação de amálgamas e deturpações.
A narrativa histórica por mim exposta acerca da Nakba palestina (parcial na visão de Leonardo Avritzer, que será retomada mais abaixo) seria equivalente aos Protocolos dos Sábios de Sião, nada menos que os “Sábios de Sião, parte 2” (sic). Uma afirmação que situa no mesmo plano um debate histórico apoiado em documentos e um libelo baseado em falsificações propositais, destinado a justificar uma política estatal assassina e antissemita, a do regime czarista russo.
Muito longe da Palestina – ter coragem para evitar o pior
Vários Autores | A Terra é Redonda, 24 out 2023
A paz no Oriente Médio depende do fim da ocupação ilegal dos territórios palestinos e do apartheid
Enquanto assistimos horrorizados à intolerável perda de milhares de vidas e ao enorme sofrimento do povo palestino, vemos com grande preocupação o assédio e a tentativa de silenciamento das opiniões divergentes que fazem parte do debate público. Associar a defesa da causa palestina – o direito inalienável deste povo de viver em seu próprio território, respeitando todas as resoluções da ONU– ao antissemitismo e apoio ao terrorismo é operação sumamente desonesta e afronta aos direitos humanos.
Não é aceitável, sob nenhum argumento, a existência de um povo apátrida, vivendo segregado e em condições de um apartheid. Menos aceitável é a ausência de indignação internacional e de pressão institucional contra o governo israelense para que respeite a norma internacional, cumprindo as exigências da ONU sem subterfúgios.
O silêncio estrondoso de Leonardo Avritzer
Arlene Clemesha | A Terra é Redonda, 13 jan 2024
Em dois extensos artigos Avritzer não achou espaço para dizer uma palavra sequer acerca do massacre em curso na Faixa de Gaza e na Cisjordânia
Leonardo Avritzer acaba de produzir uma quadrúplica, publicada no jornal Folha de S. Paulo referida a dois artigos meus no mesmo veículo. Lamentavelmente, ele não se refere a uma peça escandalosa produzida pelo jornalista Demétrio Magnoli, na mesma Folha. O texto de Leonardo Avritzer se compõe de uma série de afirmações, compatíveis com um debate historiográfico, e também de uma série de pressupostos implícitos, de teor bastante diferente. Passo a enumerá-los.
Pela paz, professores da USP defendem devolução dos territórios palestinos
Vermelho, 25 out 2023
Enquanto assistimos horrorizados à intolerável perda de milhares de vidas e ao enorme sofrimento do povo palestino, vemos com grande preocupação o assédio e a tentativa de silenciamento das opiniões divergentes que fazem parte do debate público. Associar a defesa da causa palestina —o direito inalienável deste povo de viver em seu próprio território, respeitando todas as resoluções da ONU— ao antissemitismo e apoio ao terrorismo é operação sumamente desonesta e afronta aos direitos humanos.
Não é aceitável, sob nenhum argumento, a existência de um povo apátrida, vivendo segregado e em condições de um apartheid. Menos aceitável é a ausência de indignação internacional e de pressão institucional contra o governo israelense para que respeite a norma internacional, cumprindo as exigências da ONU sem subterfúgios.
Pelo direito de as crianças palestinas existirem
Vários Autores | A Terra é Redonda, 07 mar 2024
Os (As) que guardam um mínimo de espírito humanista e de civilidade democrática, consideram crime o que o Estado sionista de Israel está a fazer com crianças palestinas
Os(As) que guardam um mínimo de espírito humanista e de civilidade democrática, consideram crime o que o Estado sionista de Israel está a fazer com crianças palestinas. Violentá-las é inaceitável, sobretudo, porque são sujeitos com direitos, que “de acordo com os princípios proclamados na Carta das Nações Unidas, a liberdade, a justiça e a paz no mundo fundamentam-se no reconhecimento da dignidade inerente e dos direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da família humana”, mas “a infância tem direito a cuidados e assistência especiais” (Convenção dos Direitos das Crianças, 1989), ou seja, as crianças devem ser prioridade em nossas sociedades.
Crise do sionismo
Samuel Kilsztajn | A Terra é Redonda, 10 jul 2023
Acossados pelos europeus, em seu instinto de sobrevivência, os judeus aportaram e ocuparam a Palestina; e os palestinos muçulmanos, em seu instinto de sobrevivência, lutam contra o Estado de Israel
No início dos anos 1950, um grande contingente de judeus sobreviventes do Holocausto que havia imigrado para o recém-criado Estado de Israel abandonou o país. Esse êxodo, que na ocasião motivou manifestações de protesto no Parlamento Israelense, foi recentemente analisado por Ori Yehudai, em Leaving Zion: Jewish emigration from Palestine and Israel after World War II.
Crise do judaísmo contemporâneo
Samuel Kilsztajn | A Terra é Redonda, 24 ago 2023
A atual crise do sionismo pode estar se alastrando para uma crise do judaísmo contemporâneo
Será que o sionismo vale mais do que o judaísmo?
As religiões abraâmicas abrangem hoje 4 bilhões de pessoas, entre os 8 bilhões de habitantes do planeta; e compreendem 20 milhões de judeus, 2 bilhões de cristãos e 2 bilhões de muçulmanos. Entre os 20 milhões de judeus, aproximadamente sete milhões vivem nos Estados Unidos, sete milhões em Israel e seis milhões em outros países, principalmente na Europa. E os judeus diferenciam-se ainda por origem (ashkenazim/germânicos do Leste Europeu, que representam 80% do total, sefardim/espanhóis e mizrahim/orientais), corrente religiosa (ortodoxos, conservadores, reformistas, laicos), matiz política etc.